16 julho 2012

Compreender os outros e compreender-nos a nós mesmos



Retiro no Canto da Rola
12 a 17 de Agosto
Richard Goodwin
Professor aposentado e antigo director da revista The Christian Counsellor


O orador e o tema
O Richard Goodwin já esteve connosco em Novembro do ano passado num retiro muito marcante para todos os participantes. Ele tem a capacidade invulgar de falar tanto ao coração como à mente, aliando a profundidade a uma abordagem muito acessível, cativante para conselheiros e terapeutas mas também para qualquer pessoa interessada em conhecer-se e em construir relacionamentos mais saudáveis.

Este encontro é dedicado a uma visão bíblica dos problemas da vida, focando temas como:
- O efeito profundo do pecado nos relacionamentos
- Como surgem os problemas
- Dependências e auto-imagem
- O coração do aconselhamento bíblico


Data, custo e inscrições
O retiro começa a 12 de Agosto (Domingo) às 17h00, e termina a 17 (Sexta) às 16h00.
(É possível a participação apenas numa parte, caso não tenha disponibilidade para o tempo todo.)

A contribuição sugerida por participante é de €110, o que inclui alojamento e todas as refeições. Ver outras opções aqui.
As inscrições são por e-mail ou telefone: cantodarola@gmail.com ou 911039717.

Horário e custos do retiro em Agosto

(Clique na imagem para ver em tamanho maior.)


Contribuições sugeridas para os participantes
Retiro completo
Com dormida e todas as refeições €110
Com almoços e jantares €85
Só com almoços €65
Só com jantares €50
Sem refeições €30

Valor por dia para participação parcial
Com dormida e todas as refeições €22
Com almoço e jantar €20
Só com almoço €14
Só com jantar €14
Sem refeições €7,5

07 janeiro 2012

A Bíblia para os nossos dias - Retiro Canto da Rola / CET em Braga

Retiro sobre pregação expositiva em Braga
20 a 22 de Janeiro


Alan Pallister
professor no Seminário Baptista e pastor

Matthew George
professor no Instituto Bíblico e assessor do GBU

Todos desejamos não só que a Bíblia esteja no centro da nossa pregação, mas também que o ensino na igreja seja relevante e cause impacto no mundo. Este é o objectivo central da pregação expositiva, que queremos continuar a explorar neste retiro.

Queremos pôr à disposição da comunidade evangélica do norte o ensino destes dois professores e pregadores experientes, tanto para pregadores com pouca experiência, como para pregadores que desejem conhecer melhor o método expositivo.

Mas não é só para pastores ou pregadores profissionais!! É para qualquer pessoa que ama a Palavra e quer ser fiel a Deus.
Pode ser muito útil também para professores da Escola Dominical ou líderes de grupos de estudo bíblico.

Alguns dos temas que vamos tratar são:
- O que é a pregação expositiva? O que não é a pregação expositiva?
- Ouvir o Espírito e ouvir o mundo: como tornar a nossa pregação expositiva simultâneamente evangelística

Mas não é só teoria! Vai haver oportunidade de:
- Ouvir sermões expositivos pelo Alan e pelo Matt
- Esboçar um sermão expositivo em grupo

Horário
O retiro começa com uma sessão introdutória às 20h00 de 6ª.
Acabaremos no domingo às 17h30.
(É possível a participação apenas numa parte, caso não tenha disponibilidade para o tempo todo.)

Custos
Para os alunos de homilética no CET, a participação no retiro é gratuita. Para outros participantes, será €7,5.
Estes valores não incluem refeições, mas iremos sugerir restaurantes em conta.

Inscrições
John Pallister – 911039717 / longobedience@gmail.com

Organização
Este evento é uma parceria do CET Norte (Seminário Teológico Baptista) com o Canto da Rola.

06 janeiro 2012

16 novembro 2011

Planear, ainda em Novembro, as próximas férias de Carnaval?

Da dor passada à paixão presente
18 a 21 de Fevereiro de 2012
Retiro no Canto da Rola

O «Canto da Rola» acha que vale a pena – sempre salvaguardando Tiago 4:15.....
Então, se Deus quiser, e se vocês e nós ainda estivermos vivos, poderemos passar um fim de semana prolongado juntos, no «Canto da Rola»!

Temos um convidado especial! O Richard Goodwin...
...é colaborador regular em Cascadas, Espanha...
...foi professor – aposentou-se recentemente...
...é mestrado em Aconselhamento do «Grace Theological Seminary», onde estudou com Larry Crabb e Dan Allender..
...fundou e edita a revista «The Christian Counsellor»...
...gosta não só de ensinar, mas também de dialogar, em grupo e individualmente...

O tema... «Da dor passada à paixão presente» é um convite a aprendermos a importância da nossa história pessoal.
Embora o tema seja muito relevante para terapeutas, psicólogos, conselheiros e pastores, vai ser abordado numa perspectiva mais geral, em que todos somos convidados a conhecermo-nos melhor diante de Deus e a lidarmos com as nossas lutas de forma sã.

O programa... Será variado, incluindo tempo para excursões a Óbidos e ao Paúl de Tornada.
A data... Começamos com o jantar do dia 18 e terminamos com o almoço do dia 21 (Dia de Carnaval).
O preço... €70 por pessoa, incluindo uma refeição por dia num restaurante próximo.

Capacidade... temos lugares para um máximo de 12 pessoas. Para terem lugar será preciso planearem com antecedência as vossas férias de Carnaval!
Contacte-nos para este e-mail: cantodarola@gmail.com ou por telefone: 262844049 / 912654250.




Recomenda-se!
Este verão o Samuel Mendes e a Flávia fizeram parte de um grupo que participou num retiro com o Richard em Cascadas, Espanha. O Samuel recomenda com entusiasmo:
«Um ponto forte em Cascadas neste verão foi a capacidade que ele demonstrou em estruturar muito bem os conteúdos e oferecer-nos um panorama dos problemas emocionais num enquadramento teológico, numa relação com o ensino bíblico.»

15 julho 2011

Mar à vista no «Canto da Rola»!

E não vos enviamos uma fotografia deste fenómeno inédito!

O Centro existe aqui já há mais de 10 anos, e só este ano é que conseguimos avistar o mar do patamar da escada exterior, no segundo andar. Em algum lugar, em linha directa entre o «Canto da Rola» e a baía de São Martinho do Porto, alguém, sem saber que nos estava a beneficiar, deve ter cortado algumas árvores. É difícil saber exactamente onde!

Mas é verdade! Agora temos aquilo que faltava: uma vista do mar!

Gosta de fotografia?
E........não temos uma máquina que faça justiça a essa vista. Na publicidade que mandarmos no ano que vem, queremos mandar uma bela fotografia para atrair mais visitantes ao Centro.

Sendo assim, pensamos que a melhor solução é os nossos amigos que recebem esta comunicação trazerem as suas máquinas, e tirarem fotografias..... Como prémio, para quem conseguir tirar a melhor foto, além da satisfação de beneficiarem a publicidade do Centro em 2012, podemos oferecer duas noites gratuitas de estadia, em data a combinar!

Casa aberta
Mas, sem ser por estes motivos de natureza comercial, por que não pensam em passar algumas noites connosco este verão? Ainda temos muitos dias livres. Mesmo que não possam trazer máquina fotográfica!

O donativo sugerido, para cobrir despesas de manutenção do Centro, de €7,50 por pessoa por noite, é só para aqueles que podem. Assim como estamos abertos para ofertas extra dos que podem, também estamos abertos para considerar casos de dificuldade.

A prioridade é darmos uma oportunidade de descansarem, partilhando uma refeição e algumas tarefas práticas connosco e convivendo (com ou sem aquelas conversas sobre questões mais profundas ou pessoais).

Para mais informação sobre o Centro consultem a informação neste blogue........

Para nos contactarem, podem usar o e-mail alanpallister1@gmail.com ou por telefone, para o 91 2654250 ou o 262 844049.

Com um abraço,
Alan e Celeste Pallister

24 março 2011

O Canto da Rola vai à cidade

Retiro no Porto
Parceria do CET Norte (STB) com o Canto da Rola

1 a 3 de Abril

Alan Pallister
professor no Seminário Baptista e pastor

Matthew George
professor no Instituto Bíblico e assessor do GBU

A Bíblia no centro da pregação - é o foco deste retiro. Para isso, serão apresentados os seguintes temas:
- A Grande Ideia do sermão expositivo [M.G.]
- O texto no seu contexto histórico - e a sua relação com Cristo [M.G.]
- Princípios hermenêuticos [M.G.]
- Introdução, ilustrações e aplicação [A.P.]

Mas não é só teoria! Vai haver oportunidade de:
- Ouvir sermões expositivos pelo Alan e pelo Matt
- Preparar e pregar um sermão expositivo em grupo

Não é só para pastores ou pregadores profissionais!! É para qualquer pessoa que ama a Palavra e quer ser fiel a Deus.
Pode ser muito útil também para professores da Escola Dominical ou líderes de grupos de estudo bíblico.

Horário
O retiro começa com uma sessão introdutória às 20h30 de 6ª.
Acabaremos no domingo ao fim da tarde, com a oportunidade de os participantes apresentarem um sermão que vai ser preparado em conjunto ao longo do retiro e receberem feed-back.
(É possível a participação apenas numa parte, caso não tenha disponibilidade para o tempo todo.)

Custos
Para os alunos de homilética no CET, será apenas o valor do almoço de sábado, €7,50, uma vez que o curso inclui este retiro.
Para outros participantes, será €15, o que inclui o almoço de sábado e os custos de organização.

Inscrições
Pt. Eliel Harada – 964609288 / elielharada@yahoo.com.br
John Pallister – 911039717 / longobedience@gmail.com

Organização
Este evento é uma parceria do CET Norte (Seminário Teológico Baptista) com o Canto da Rola.

10 fevereiro 2011

Crises, Deus e o nosso sacerdócio.....

Hoje, de manhã, na Segurança Social, tive que esperar bastante tempo antes de ser atendido sobre um assunto da nossa igreja. De certa maneira era um assunto de rotina, mas um em que as falhas do sistema informático do Serviço nos obrigaram a gastar várias horas antes de perceber nem sequer qual é que estava a ser o problema. Durante muitos anos como pastor tenho que confessar que tive dificuldade em aceitar que um «ministério pastoral» pudesse incluir a tarefa de intervir em questões deste tipo...

Então, como seria de esperar, estive uma hora a ouvir conversas do público presente sobre a crise financeira: o custo da vida - prestações do carro que não dava para pagar - subsídios de desemprego - etc., etc.

E, para me distrair, peguei no livro que tinha comigo: «Chiquinho» de Baltasar Lopes* Só que este livro também falava em crise......!

Passo a citar:
«O mês de Setembro, passados os borrifos certos por Nossa Senhora da Lapa, esteve sem um pingo de água. Com o mês de Outubro nem contar, que chuva nele é rara como âmbar grise. Nhô João Joana, de ordinário tão animado, abanava a cabeça:
- A coisa está feia....
- Deus há-de olhar para os seus filhos...»

Pensei para mim que a crise de ilhas que durante anos não receberam chuva terá sido bastante pior ainda, para quem a sofreu, do que a crise actual das economias ocidentais!

Uma personagem no livro vai «mondar o seu milho murcho» e afirma que «quando Nossenhor quer, dá milho de riba de pedra...»
Outro duvida:
«Deus quase já se esqueceu de nós..»

Acende-se a discussão:
«Cale a boca, homem sem fé! Fé em Deus é que salva a criatura.
-E se fé em Deus não nos der chuva?
-Destino, homem...
Chico Zepa revoltou-se:
-Qual destino, velho! Destino é cair da rocha...
-Destino não é só cair de rocha. Trazemos o nosso destino desde que abrimos os olhos ao Sol.
-Não acredito. Nós é que fazemos o nosso destino consoante o que pensarmos na nossa cabeça...».

Onde me situo? - penso eu. Sou um «crente» corajoso mas ingénuo que tenta o «milagre» de obter milho de cima da pedra? Ou cruzo os braços perante um Destino que parece mais poderoso do que o próprio Deus? Ou envolvo-me numa luta destemida - típica do humanista que julga que é só ele que faz o seu próprio destino?

E onde é que me situo, hoje, perante as queixas e o pessimismo dos que estão na fila na Segurança Social?

A verdade é que tudo isto me ajudou a pensar num tema que andamos a tratar nos cultos na nossa igreja. O tema do sacerdócio. O sacerdote aarónico era chamado por Deus para ser diferente. Mas ao mesmo tempo era estranhamente fraco e parecido com o resto do povo. Da mesma maneira que eu sofro muitos dos problemas que afligem os outros na fila da Segurança Social..... mas tenho também uma esperança claramente diferente.... e provisões de Deus que entretanto me ajudam a ter o suficiente. Posso e devo compreender as outras pessoas e orar por elas. E posso procurar as melhores maneiras de dar testemunho.

Quando fui chamado para tratar do assunto que me levava ao Serviço, reparei que Deus me estava a dar uma boa oportunidade de conquistar alguma simpatia e apoio das funcionárias. A nossa relação com esse Serviço ultimamente tem vindo claramente a melhorar. No mesmo lugar anteriormente, sem ser pela nossa culpa, tínham surgido tomadas de posição desfavoráveis às duas Associações Religiosas que represento.

Tive que pensar que muitos dos meus irmãos exercem o seu «ministério sacerdotal» em serviços parecidos com este. E que Deus os pode usar entre os seus colegas, numa multidão de questões pequenas parecidas com esta.

Tive que pensar que o meu tempo hoje não foi gasto em vão: nem o tempo a ouvir as conversas de costume sobre a crise, nem a leitura de Baltasar Lopes, nem as diligências relacionadas com o assunto da igreja!


*ilustre romancista caboverdiano, já falecido, e tio de um dos primeiros estudantes e conselheiros do GBU - o nosso irmão, Dr.Jorge Pinheiro!

21 janeiro 2011

Os frutos da terra



























































O Canto da Rola tem um abacateiro que este ano nos surpreendeu e regou com (literalmente) centenas de abacates. Eu e a Laura demos uma ajudinha para podar a árvore e apanhá-los - uma mudança muito agradável da nossa rotina citadina!

05 janeiro 2011

Horário do retiro sobre pregação

Os participantes são convidados (mas não obrigados :) a apresentar um sermão ou estudo de cerca de 20 minutos - seja um que estão a preparar para breve, ou um que já deram antes. Depois, haverá uma troca de ideias e sugestões de todos para o pregador.

Pregação expositiva: retiro no Canto da Rola


7 a 9 de Janeiro

Em Dezembro de 2009 tivemos um primeiro retiro sobre este tema. Foi um fim de semana muito encorajador, tanto para pregadores com muita experiência, como para os que estavam só a começar.
Queremos agora convidar mais pessoas para relembrarem ou aprenderem o método expositivo, assim como reunir novamente quem participou da outra vez e sobretudo partilharmos a experiência de preparar, partilhar e avaliar a nossa pregação.

Não é só para pastores ou pregadores habituais!! É para qualquer pessoa que ama a Palavra e quer ser fiel a Deus.

Alguns dos temas que vamos abordar são:
- O texto: gancho ou espada? - Princípios da pregação expositiva
- Encandear ou iluminar?
- Como usar ilustrações na pregação
- O coração e a razão devem encontrar-se
- A importância da imaginação no estudo da Bíblia

Também vamos ter tempo para todos prepararem e apresentarem um sermão expositivo!


Horário
O retiro começa com uma sessão introdutória às 21h30 de 6ª, mas antes disso convidamos a estarem no culto na igreja Baptista de Caldas da Rainha às 19h30.
Acabaremos no domingo ao fim da tarde.
(É possível a participação apenas numa parte, e o valor da inscrição será acertado em função disso.)

Custo
Ficará em €30 por pessoa com dormida, jantar ligeiro e o pequeno almoço.
Em alternativa, será €15 para a participação, incluindo os jantares ligeiros.
Os almoços não estão incluídos neste valor, mas serão num restaurante próximo com muito bons preços.

Dormida
Temos alguns lugares disponíveis, caso queiram passar a noite no Canto da Rola para disfrutarem melhor deste evento, e também de um sítio calmo e bonito.
A estadia tem que ser marcada por e-mail (longobedience@gmail.com) ou telefone (933617265 / 911039717).

27 dezembro 2010

Os sonhos.... de Deus e nossos.




Como é que Nabucodonosor consegue esquecer-se tão depressa do verdadeiro sonho que Deus lhe deu e que Daniel interpretou? No sonho viu quatro reinos sucessivos, a contar a partir do dele. O quarto com pés de barro misturado con ferro. A seguir, um quinto reino que não será de nenhum homem mortal, que irá julgar todos os outros, reduzindo-os a pó. O Rei da Babilónia nem sequer tem a capacidade de perceber o sonho, e é preciso haver um sábio de Israel para que perceba o seu sentido.

No princípio Nabucodonosor reconhece a mensagem que Deus lhe dá e honra Daniel que lho interpreta. Como é que se explica, então, que a seguir o Rei faz uma estátua só de ouro, parecida em algo com a outra, mas eliminando tudo o que tem de fragilidade? Agora na mente dele só há um império – o de Nabucodonosor. E exige que toda a gente a adore. Será que a amnésia pode servir como explicação da maneira rápida como o sonho se transformou? Há trompas, oboés, cítaras, harpas, liras, saltérios e muitos outros instrumentos.... (blogs, Youtubes, e Facebook ... além de grandes «shows» multi-média....) E quem não se prostrar será lançado numa fornalha a arder em chamas (é como se dissesse, hoje: «Quem não reconhecer o que Deus está a fazer no meu ministério, não está a ser aberto para o Espírito. Naturalmente essa pessoa é de uma igreja institucional/tradicional. Elas têm os seus dias contados. Ora, se a pessoa realmente estiver aberta, poderá mudar para a minha igreja»).

Pensando bem, o facto de receber um sonho de Deus não confere importância a ninguém. O sonho do Rei da Babilónia de facto é mais contra ele próprio do que a favor. Ele poderia lutar para que o verdadeiro sonho e o seu sentido fossem comunicados. Ele ganharia disso, e o seu povo também.

Mas o que interessa a Nabucodonosor no fundo ainda é Nabucodonosor.... É como se o rei da Babilónia começasse a montar um novo movimento missionário nos nossos tempos: «Ministérios Nabucodonosor». É verdade que vai começar a falar do «deus» de Israel – que parece estar a fazer mais milagres do que os outros, os da Babilónia, que para ele perderam alguns pontos ultimamente. Mas o facto de ser Nabucuodonosor a anunciar este recém-descoberto «deus» fará muito também para que o seu próprio nome seja cada vez mais honrado.

Não é tão difícil então perceber que os pés de ouro tenham sido esquecidos...

Não é tão difícil perceber que Nabucodonosor também seja um tanto autoritário. Afinal raciocina que está a fazer um favor ao seu povo. Obriga-os rapidamente a abrir os seus olhos para ele, como auto-designado portavoz deste deus de Israel, e tudo isso é para o bem deles....

Os três estudantes que foquei nas últimas postagens (Chadrac, Mechac e Abednego) recusam-se a adorar a estátua. Percebem muito bem o jogo de auto-promoção que o Rei está a fazer. Para eles querem o sonho verdadeiro que Deus deu ao rei – não querem a versão adulterada que ele agora está a tentar passar-lhes.

Se Deus me ajudou a compreender algumas coisas acerca da Sua pessoa, foi através da Sua Palavra. Os meus sonhos foram sempre de pouca confiança! E muito do que Ele me mostrou teve a ver com a minha fraqueza... com os tais «pés de barro». Quando prego, ensino ou escrevo, gostava que aquilo que as pessoas comentassem não tivesse muito a ver com «Alan Pallister». Não sonho que algum dia existam «Ministérios Alan Pallister», conhecidos em muitos lados! Antes queria que o termo «ministério» mantivesse o seu verdadeiro sentido e que eu diminuísse, para que Cristo crescesse....

18 dezembro 2010

Marcar limites..... como e quando?

Os três jovens deixaram-se convencer a mudar os nomes, a estudar na Universidade da Babilónia – língua e cultura – e a viverem no palácio (ver Daniel 1 e postagem anterior).
O problema é que o astuto Rei Nabucodonosor, muito dado à projecção da sua própia imagem, deve ter pensado que assim já os conquistou para serem fiéis cidadãos babilónios em todos os sentidos da palavra. E que grande apoio lhe iriam dar agora! Sadrach, Mesach e Abednego teriam uma dívida de gratidão para ele, que se iria manifestar da forma mais pura em alturas em que a pessoa de Nabucodonosor estivesse a ser homenageado publicamente.
Mas em algo era importante os jovens saberem marcar limites. Ao participarem nos banquetes do palácio os jovens resolveram tomar posição no sentido de só comerem legumes e não beberem o vinho do rei.
Costuma-se comentar aqui que o problema é a lei dos judeus. Ao comerem carne os jovens estariam necessariamente a comer alguns alimentos considerados imundos pelos judeus. A única maneira de não fazer isto seria evitarem todas as carnes.
Pessoalmente duvido que esta seja a explicação mais correcta. Pode explicar em parte a sua recusa, mas não a explica completamente. Duvido que, estando na Babilónia durante setenta anos, muitas vezes ao serviço de casas particulares, os exilados judaicos tenham achado que era possível manter essa posição escrupulosa relativamente à lei das comidas puras e imundas. Parece-me mais provável que o facto de eles muitas vezes terem tido de facto de comer comida imunda fazia parte daquilo que sentiam como castigo de Deus.
E o vinho? Porque é que os jovens se abstiveram do álcool? Acredito que há crentes evangélicos (desculpem a brincadeira!) que afirmem que a abstenção total do vinho é questão de obediência às leis da Bíblia! Mas dificilmente justificam isto com algum texto concreto!
Creio que a explicação tem mais a ver com um limite de envolvimento na cultura das festas babilónicas que o próprio Deus fez sentir que deviam marcar. Sabemos que quem deseja um favor muitas vezes «prepara o terreno» com um convite agradável. Uma boa refeição – conversa amena – vinho para diminuir a capacidade crítica do convidado....! Recentemente assisti (involuntariamente!) a uma conversa nas Finanças em que uma funcionária mudou de repente na atitude que estava a tomar, perante um pedido que não deve ter estado bem dentro das normas, ao receber um convite para um jantar!
Quais não seriam as concessões em matéria de fé e ética que o rei da Babilónia não iria conseguir neste ambiente relaxado de vinho e de «boa disposição»?
Quantas não são as concessões que nós facilmente somos levados a fazer em ambientes de convívio agradável?
Não foi fácil para o chefe dos eunucos do palácio dar cobertura a uma situação em que ele próprio corria o risco de perder a sua vida. Mas Deus interveio para que este não fosse posto em causa, mantendo o aspecto salutar dos jovens ao longo de dez dias. Deus também intervem soberanamente para ajudar os crentes que desejam ser coerentes a marcarem os limites necessários.
O problema é que muitos de nós sabemos no fundo que, na sociedade corrupta em que vivemos, já ultrapassámos os limites. Mas, se não os ultrapassámos, precisamos de ajuda para sabermos onde é que os devemos marcar (não será só uma questão de leis). Se já os ultrapássamos pode ser que Deus nos dê a Sua graça para ainda voltarmos atrás e minimizar as consequências negativas.
Pode ser que, como aconteceu na Babilónia do tempo de Daniel, algum dia os próprios valores do reino secular em que vivemos tremam e tenham que ser modificados ….. só porque uma pequena mão-cheia de crentes convictos soube manter posição, no momento em que isto estava a ser preciso.

30 novembro 2010

TRABALHAR PARA UMA BABILÓNIA MELHOR

Foi um lema que me saiu, sem aviso prévio (!), na conclusão de um sermão que preguei recentemente (no aniversário de uma igreja em que tanto o pastor como muitos membros da congregação eram amigos). Tinha preparado todo o sermão, baseado em Daniel 1 – mas este lema não estava previsto. Logo que o disse achei que devia dar uma certa ênfase à frase.
Mas por quê? Numa igreja urbana – em plena época de crise, financeira e moral, interroguei-me se em alguns ouvintes não encontraria mais eco o aviso de Apocalipse 18:4: «Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas». Frase esta que foi escrita por causa da grande «Babilónia» - Roma e os diversos impérios que amam o sexo, o dinheiro e o poder – cuja queda João profetizou. Quantas vezes os cristãos ao longo dos tempos justificaram a sua inércia e passividade perante os problemas sociais – uma tentativa de se refugiarem num gueto religioso - firmes nas «promessas» de Deus que, para eles, têm mais a ver com o céu do que com a terra – com base neste tipo de leitura da passagem de Apocalipse?
Só que, no contexto, a frase é enunciada depois de a voz do céu anunciar também a queda definitiva da Babilónia (cf. v. 2). É no contexto imediato da destruição. Por muito «babilônicos» que sejam os nossos tempos, não podemos falar como se esse julgamento definitivo já tivesse chegado. E provamos isto pelo nosso empenho em ainda lutarmos para tirar cursos nas universidades e para termos os nossos empregos. A linguagem da fuga aplicamos para justificar a passividade dos evangélicos em questões da luta pela justiça social. Aí dizemos com toda a ênfase que este mundo não vai melhorar! Mas, quando se trata daquilo que podemos ainda receber deste mundo, em termos de sustento pessoal e familiar, estamos, regra geral, muito longe de sermos tão passivos!
Curioso – porque Jesus, o nosso Mestre e Senhor, disse que não tinha vindo para ser servido mas para servir......
Acredito que o grupinho de jovens judeus, Daniel, os seus três amigos e mais alguns, que se deixaram «rebaptizar» com nomes babilônicos e aceitaram tirar um curso de cultura babilônica, apesar de estarem nessa cidade pagã e imoral contra a sua vontade, devem ter sido tocados pela carta eloquente do profeta Jeremias, registada em Jer. 29:4-7. Esta carta aconselhou uma integração positiva no meio hóstil – construindo casas, plantando jardins e começando famílias:
«E procurai a paz (= bem-estar social) da cidade, para onde vos fiz transportar, e orar por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis a paz» (v. 7).
Sobre este grupinho de jovens comprometidos que marcaram todo um império com o seu testemunho ao Deus vivo, gostava de partilhar mais numas próximas postagens deste blog.
Entretanto queria partilhar a minha convicção de que, quando for o tempo para todos nós fugirmos da nossa «Babilónia», será bastante óbvio para todos nós. Entretanto a Sua chamada aos cristãos, mesmo quando estes são poucos e parecem ter pouca influência, é que lutem para transmitir à cidade secular os valores do nosso Deus. É desta maneira que lutamos para uma Babilónia melhor!

19 outubro 2010

«Pai...... como são os assassinos?»

A pergunta é da excelente obra policia de Agatha Christie, «A Última Razão do Crime» (ed. Livros do Brasil). O pai experiente é Superintendente da Polícia, a investigar um assassínio do avô de uma menina com a qual o seu filho acaba de começar um namoro.

Algumas das respostas chamaram-me bastante a atenção.
A primeira: «Alguns deles, foram toda a vida tipos encantadores».
A seguir: «Tipos comuns, simpáticos, como tu e eu....»
Mas, depois, o pai toca na área da motivação:....«Chegaram a um ponto em que desejam ardentemente, doentiamente, uma coisa, dinheiro, uma mulher....., e matam para obtê-la».
Uma criança pode cometer um crime destes:
«Se está zangada com um gato, diz "Vou matar-te" e bate-lhe na cabeça com um atiçador; depois chora sofredoramente, porque o gato não regressa à vida».
Até um irmão-bebé pode atirar para o chão «porque lhes usurpa as atenções paternas, ou interfere nos seus prazeres».

Aqui vi a nossa proximidade - a minha proximidade - daqueles que cometem crimes. Vi, também, os «desejos» que bons cristãos têm, de protagonismo, de um «ministério» (!), de cargos na igreja, de elogios. Como é que tratamos «irmãos» que são concorrentes ou que, julgamos, podemos impedir que nos tenhamos algum do prestígio que achamos que merecemos. Como é que Diótrefes tratou o apóstolo João?

O pai-polícia depois debruça-se sobre a falta de remorsos que o criminoso demonstra:
«Os assassinos são realmente diferentes, visto que para eles o crime, embora errado, é uma necessidade: a vítima estava a "pedir que a matassem": era a "única solução"». Diz que nunca encontrou um assassino que não fosse vaidoso:
«Podem estar aterrorizados receando ser apanhados, mas não podem resistir, na maioria dos casos, à necessidade de demonstrarem como foram espertos, como tiveram coragem para matar».

Uma vez conversei na prisão com um jovem inteligente, de aspecto inofensivo e meigo, que tinha morto duas pessoas a tiro em estabelecimentos comerciais de Caldas da Rainha. Pareceu-me numa certa altura que estávamos a começar a comunicar bem: ele quase não conseguia falar sobre outra coisa sem ser a Bíblia! Só que cheguei à questão do arrependimento. Disse-me assim, assumindo de repente um ar convicto:
«Eu não estou arrependido daquilo que fiz porque foi Deus que me disse para os matar!» (ver postagens anteriores sobre a «voz de Deus»).

Passo a perceber o que é que há dentro do coração humano que torna os conflitos tão duros e incontornáveis. Passo a perceber porque aqueles que afirmam estar a agir em nome de Deus às vezes agem um pouco pior do que os outros!

28 setembro 2010

Boca..... olhos....... e pés

Agora, terminando as minhas reflexões sobre o coração e Provérbios 4:23.....
Acho que guardar o coração tem muito a ver com gratidão. Quando estou a nortear as minhas acções por causa da opinião dos outros, há sempre algo de errado no que faço. Quando o que me move é gratidão, por aquilo que Deus fez por mim, é difícil não agir bem, acertando o Seu caminho.
Quem goste da comunicação e das ideias, e quer impressionar, quem goste de cultivar muito a sua imagem, dificilmente evita piadas pouco úteis ou ironias: Provérbios 4:24 chama isto a «tortuosidade da boca». Acho assustadoras as palavras de Jesus em Mateus 12:36: «de toda a palavra ociosa que os homens disserem, hão-de dar conta no dia do juízo». Quantas vezes não digo palavras destas?
Mas, quando estou agradecido de coração ao Senhor, não digo palavras ociosas. Nem consigo.
E os olhos (v. 25)? Como pastor, tanto me podem chamar a atenção as distracções da internet (quando estou à procura de comentários bíblicos - as cartas tarot, os sinais do zodíaco, imagens pornográficas, por exemplo) - como posso ser movido à inveja por notícias de uma igreja evangélica vizinha, de outra denominação, que está a celebrar mais baptismos mais do que a minha! Mas, quando «contemplo a rude cruz, em que por mim morreu Jesus», os meus olhos me irão induzir a cometer este pecados?
E os pés (v. 26)? Aqui diz «ponderar» .... não ouvir o «GPS» interno! Afinal ser guiado pelo Espírito de Deus pode ser uma atitude bem racional, e não só intuitiva.
E não se trata de uma voz do céu só individual: cabe perfeitamente o ouvir conselhos e reflectir de uma forma madura sobre a Palavra....
Estes serão alguns dos resultados de guardar bem o meu «coração».

08 setembro 2010

Vozes no coração e a voz de Deus

Já é a terceira vez que escrevo sobre temas relacionados com Provérbios 4:23 - sobre o guardar o coração.
Queria contestar a ideia habitual entre evangélicos de que este conselho tem a ver com uma noção apenas individualista da relação com Deus. Na nossa linguagem habitual dizemos que cada um de nós recebe Jesus «no seu coração»: a expressão não é bíblica - embora possamos argumentar, talvez, que a ideia o seja. Mas a ênfase da Bíblia é mais em Deus nos dar um «coração novo» (cf. Ezequiel 11:19-20), e isto tem mais a ver com a maneira de estar em comunhão com os outros, todos em obediência a Deus, do que com uma experiência apenas individual.
As «vozes» que se ouvem no nosso coração individual são muitas e variadas. Mas é o conselho dos outros que nos ajuda a situar-nos (Provérbios 15:22 diz «Onde não há conselho, os projectos sãem vãos, mas com a multidão de conselheiros, se confirmarão»)e o que é, realmente, o conselho do Senhor permanece (19:20-21).
Uma «voz» que muitas vezes fala alto é a voz da ambição pessoal. Pode prometer um futuro brilhante a um crente jovem, por exemplo. E ele toma essa voz como a voz de Deus - e a voz dos que aconselham um atitude de humildade e abertura aos conselhos dos outros como a voz de Satanás. Entendo que esta é uma das maiores armadilhas que a nossa geração está a enfrentar.
Em relação com os dons espirituais, que em alguns casos podem aparentemente confirmar estas «vozes» de ambição pessoal, queria terminar, por hoje, citando um distinto teólogo pentecostal, citado por Wayne Grudem na sua «Teologia Sistemática»:
«Muitos de nossos erros no que diz respeito aos dons espirituais surgem quando queremos que o extraordinário e excepcional se torne frequente e habitual. Que todos os que desenvolvam um anseio excessivo por «mensagens» mediante dons sejam alertados pelo naufrágio de gerações passadas, bem como contemporâneas... As Escrituras Sagradas são lâmpada para nossos pés e luz para nossos caminhos» (Donald Gee).

24 agosto 2010

A orientação do Espírito: um tipo de GPS interno?

Cada vez mais ouve-se dizer aos cristãos: «Deus falou-me». Parece que isto até confere o carácter de infalibilidade àquilo que a pessoa vai dizer a seguir.  Muitas vezes eu próprio quis ter a segurança de que Deus me estava a orientar, usando frases deste tipo. Uma vez, muito novo, comecei um namoro, dizendo que «Deus» me tinha dito que era pessoa certa para mim. Depois, quando o namoro terminou, tive que dizer que «Deus» me tinha mostrado o contrário!
Depois, em anos recentes, veio a existir o GPS – instrumento que serve para substituir o trabalho mais árduo de estudar mapas. Parece-me uma ilustração perfeita para este meu antigo conceito de orientação divina! Não tenho que pensar: o GPS dita cada passo. Ele não pondera hipóteses comigo. Simplesmente fala. Não posso discutir com ele. Se me diz para seguir um caminho que é manifestamente impossível, a hipótese é desligá-lo!


Costumava entender que Romanos 8:14 (“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”) falava numa «voz» subjectiva desse tipo. Mas, através de alguns erros – o já citado e mais alguns – tive que aprender que, na Bíblia o Espírito a falar não se opõe ao nosso raciocínio. Não sou incentivado a deixar de raciocinar, para ouvir «a Sua voz», mas a deixar que Ele transforme o meu raciocínio (Romanos 12:1-2).
Afinal o Espírito deu-nos um mapa (a Bíblia) e dá-nos a luz para a compreender – e para descobrir a maneira como nos orienta para tomar as nossas decisões específicas. Nada tão imediato como um GPS. Mas é muito mais interessante. E não nos dá a ilusão da infalibilidade. Nem aquelas falhas embaraçosas!

25 julho 2010

Mais sobre o coração.

O que é que a Bíblia, e nomeadamente Provérbios, entende por «coração»? Aqui pode haver alguns possíveis mal-entendidos. Por exemplo, costumamos citar Pascal («o coração tem as suas razões que a mente desconhece»), como se o «coração» se opusesse à «razão». Ou dizemos: «aquela pessoa tem ideias bastante confusas, mas tem bom coração». Partimos da base de que o coração é a sede das emoções.

Na língua hebraica (não é a minha área - mas costumo estudar quem a estuda!) o «coração» é o centro da personalidade humana.... e tem  a ver mais com aquilo que a pessoa «pensa» do que com aquilo que a pessoa «sente». A tradução «A Bíblia para Todos» traduz «coração» em Provérbios 4:23 por «pensamento».

O contraste entre estas duas maneiras de encarar a pessoa pode ser visto em outro exemplo. Vamos supor que um homem casado tem pena de uma mulher sozinha - divorciada, solteira ou viúva - e envolve-se emocionalmente com ela. Depois de algum tempo adultera. Uma avaliação típica da nossa mentalidade  poderá muito bem ser: «deixou-se levar pelo seu coração». Entendemos por isso «compaixão» ou «sentimentos».

Mas, no hebraico de Provérbios 6:32 aparece a palavra «leb» («coração»). E diz «o que adultera com uma mulher é falto de coração»! Significa que não tem o pensamento certo.

Este é o coração que Provérbios 4:23 nos manda guardar. Só o podemos fazer orando, meditando e estudando a Bíblia.

 Como é que está a cuidar do seu «coração»?