Estamos em 1992. Os jovens realizam um pequeno acampamento para unir e dinamizar os jovens da igreja. Querem cobrar pouco aos participantes e não conseguem cobrir por inteiro os custos do acampamento. O pastor, que os aconselhara a cobrarem um pouco mais, agora tem que apelar à liderança da igreja para que, numa atitude de misericórdia, esta entre com o valor necessário para cobrir a dívida. Um PDP? (Ver postagem anterior). Sem dúvida!
O que acontece dentro de pouco tempo? O assunto é levado à assembleia da igreja e um membro da liderança diz que a igreja não pode e não deve pagar a dívida. Ao ser votada, a sua posição ganha por maioria. Ainda é PDP? É – porque a nível particular alguns membros da igreja podem cobrir a dívida, e os jovens podem ser ajudados a fazerem uma administração melhor da próxima vez.
Mas..... alguém que trabalha muito com os jovens não concorda com a decisão. Segue-se uma «greve» aos cultos e à Escola Dominical durante um período de algumas semanas. São eles que querem a «greve» - ou é a pessoa que os acompanha de perto?
Aqui já temos um PD que não é «P»!
E, sem entrar em pormenores, vem a transparecer que há um PDNR que vêm do passado, já bastante distante.
Há várias razões que podem transformar qualquer PD em PDNR. Uma é quando a pessoa não assume a sua culpa e recusa submeter-se à disciplina (ver postagem anterior). Outra é quando assume de uma forma aparente, mas no seu íntimo acha que não devia estar a ser disciplinada. Outra é quando o pastor foge a questões de disciplina, sabendo que são difíceis de resolver (caso comum!). Outra é quando a igreja não consegue pôr-se de acordo e os mecanismos do sistema democrático levam a um impasse (caso comum também!). Ainda há outra possibilidade (muito menos comum): a igreja em cujas mãos está o processo de disciplina deixa de existir.
Os PDNR do passado podem agravar as situações do presente de tal maneira que, se ao tentarmos a resolução destas não os detectamos, não percebemos o ambiente de guerra que existe à nossa volta e não conseguimos fazer nada para o acalmar. As duas partes, afectadas directamente pelos seus PDNRs, ficam acesas com uma paixão descontrolada – e que não parece ter nada a ver com os problemas concretos do momento.
E isto é porque os mais imediatamente envolvidos estão na realidade a viver mais o seu PDNR do passado do que o PDP do presente!
No caso, um dos lados tinha sofrido disciplina da igreja anos antes, mas agora justificava aquilo que tinha feito e que, na altura, tinha sido motivo da disciplina. Nós sabíamos dessa situação. O outro (e isto não sabíamos ainda) tinha sido objecto de disciplina numa igreja que, a seguir, deixou de existir.
Os ânimos exaltam-se e ninguém consegue fazer nada para os apaziguar. Considera-se que o pastor deve conseguir. Mas não consegue. E é uma ironia curiosa que, ao constatarem que o pastor não consegue, ambas as partes - que estão em conflito uma com a outra - põem-se de acordo num ponto só. O pastor deve ser despedido! E, quando tentam e não conseguem (uma parte da história que não vou contar aqui), põem-se de acordo em sair da igreja, levando muitos outros com eles....
10 novembro 2009
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