Agora voltamos aos «Retalhos da Vida de um Pastor»!
Esta postagem é fruto de alguma experiência pastoral, tem a ver com realidades que se manifestam em todas as igrejas – e, através dele e o diálogo resultante, com aquilo que podemos aprender uns dos outros. Tentarei evitar pormenores demasiado delicados para serem partilhados. As siglas PD significam problemas de disciplina (na igreja). Podem ser qualificados, entre outras maneiras, como pequenos (P), desnecessários (D), resolvidos (R, ou não resolvidos (NR).
Não vou ensinar aqui como é que se faz disciplina da igreja. Os meus textos de base são Mateus 18:15-20 e 1 Cor. 5. Tratam de praticamente tudo o que é preciso dizer à partida.
Os «PD»s em geral têm a ver com as áreas clássicas: sexo, dinheiro e poder.
Hoje, neste blog, os «PD» mais focados vão ser os não resolvidos, os PDNR.
As igrejas evangélicas às vezes gostam de «crescer» umas à custa das outras. Costumam dizer que não. Mas no fundo, se puderem (de preferência sem darem muito nas vistas) – muitas vezes gostam.....
Por exemplo, uma pessoa é disciplinada por uma igreja de outra denominação. Vem contar o tipo de disciplina que foi exercida e diz que é obviamente um problema pequeno (PDP): quem é que se lembraria de disciplinar uma pessoa por um problema desses?
Uma vez um elemento que frequentava a nossa igreja, e que estava numa situação dessas, veio falar do pequeno problema que tinha levado à sua exclusão de outra igreja. Queria passar a ser membro da nossa igreja, onde os seus dons seriam úteis. De facto considerava a disciplina que tinha sido exercida completamente desnecessária (um PDD!).
Expliquei-lhe que todo o PD tem a ver com o corpo de Cristo em geral, não só com uma denominação. Transitar de uma denominação para outra não resolve um problema. Disse-lhe que ia contactar o pastor da sua igreja, para poder avaliar melhor a situação. Marquei primeiro uma conversa com o pastor. Depois, os dois pastores marcámos uma conversa com a pessoa em questão.
O problema é que, depois dessa confrontação com a pessoa, vi claramente que o problema de disciplina nem era pequeno nem era desnecessário! Na conversa inicial, que a pessoa tivera só comigo, parecera! Mas a sua dificuldade não tinha sido minimamente resolvida. Embora simpatizando com a pessoa, vi que ela não estava disposta a fazer um jogo aberto e franco com outros que tinha prejudicado. Para os dois pastores a conclusão era clara: para já, a pessoa não poderia ser membro de uma igreja nem de outra.
E, se eu tivesse aceite a pessoa, ignorando o seu «pequeno problema», para acrescentar mais um elemento à lista de membros da minha igreja? Ou se o outro pastor tivesse «feito vista grossa», dizendo que o problema já não tinha importância, para ter a sua ovelha de volta ou para que não fosse «perdida» para a sua denominação?!.
Ficámos com um problema que não se resolveu. Mas, para a integridade das nossas respectivas congregações, não terá resultado algum benefício, do facto de como pastores termos marcado posição em harmonia um com o outro? (AP)
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