Ainda antes de seguir, com «Filhos 2», parece-me que a resposta do Samuel (Nunes) merece uma resposta específica. O Samuel diz que é bíblico um pastor sair de uma igreja em que as pessoas não o desejam, sendo este o princípio de «sacudir o pó das sandálias» (ou dos «pés»!).
Pode acontecer o Samuel e o Tó-Zé Queiróz, que tiveram a amabilidade de manifestar as suas opiniões, terem lido algumas postagens e não outras anteriores e, dessa maneira, não terem percebido que estava a contar acontecimentos de 10 anos atrás. Como vivo feliz agora, na mesma igreja (mas sem a presença dos destabilizadores), não me parece que venha muito a propósito discutir se teria sido «bíblico» ou não sair, em 1998 ou antes! Naturalmente na altura, sair teria sido uma das opções «bíblicas» possíveis: permanecer também acho que era. Acontece que o Senhor nos ajudou a compreender que sair não era a Sua solução, na situação específica – e que dez anos da história posterior da igreja deram-nos muitas razões para confirmar isso.
Sair, como Samuel diz, seria uma forma de «sacudir o pó». Mas Jesus deu este conselho aos doze discípulos, quando estes fossem para determinadas terras judaicas que não aceitassem a mensagem do reino. Não o deu a pastores que fossem nomeados para cuidar de igrejas já estabelecidas. Para estes acho que os conselhos de Paulo a Tito (1:5-11) viriam mais a propósito. O método bíblico para tratar dos insubordinados é tentar ensinar, persuadir, repreender e, em última análise disciplinar. Isto por amor aos que fazem parte da igreja e sinceramente desejam fazer a vontade do Senhor, mesmo que estejam temporariamente na minoria.
Cada postagem que escrevo constitui uma pequena parte da história. Mais para a frente quero salientar o facto de o Senhor nos ter concedido o privilégio de podermos disciplinar aqueles que precisavam dessa disciplina e assim, daí para a frente, termos uma igreja que, com todas as suas limitações, era e é digna do nome de igreja. O objectivo de Jesus é «santificar a igreja, tendo a purificado com a lavagem de água, pela palavra» (Efésios 5:25). O preço que pagou, em termos de sofrimento injusto, foi muito maior do que os incómodos que eu e a minha família sofremos. Mas foi Ele que nos deu o privilégio de nos sentirmos parte do seu próprio sofrimento – com objectivos semelhantes.
Pusemos a nós próprios, em várias alturas, diante do Senhor, a hipótese de sair. Colegas aconselharam a nossa saída. Cada vez parece que algo bloqueou essa hipótese: creio que foi o próprio Deus que a estava a bloquear.
A história posterior confirmou que Ele tinha dirigido assim. Se algum colega, confrontado com problemas semelhantes, sai de uma igreja, não reprovo a sua opção. Mas também creio que haverá igrejas em que – como foi no nosso caso – vale a pena lutar e sofrer - um pouco - para que haja mudança a longo prazo.
É verdade, como diz o Samuel, que as igrejas filiadas na Convenção Baptista sofrem dificuldades, algumas vezes, por causa de algumas limitações do sistema democrático. Mas outras igrejas também as sofrem. E igrejas menos democraticamente organizadas também as sofrem – sempre quando há pretensos «donos» que querem facilitar em questões de doutrina ou ética bíblicas. O Samuel tem razão em dizer que os pastores de outras igrejas às vezes erram em dar a sua «bênção» à causa destes elementos.
Obrigado aos que responderam! É bom poder continuar a contar a história – mas com estas interrupções, para poder reagir ao que alguns leitores vão comunicando!
13 fevereiro 2010
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