Esta palavra foi para mim uma das mais tristes que ouvi em anos de ministério pastoral. A incerteza manifestada foi de uma pessoa cujo marido falecera poucos dias antes. Ambos eram idosos e eram membros, baptizados recentemente, da nossa igreja. Um dia fomos visitar o casal. A senhora atendeu e perguntámos pelo marido. Disse-nos que tinha falecido dias antes e que o funeral tinha sido católico.
Tentei conter a tristeza que senti por ela nem sequer nos ter contactado. E disse algumas palavras no sentido de ela ter, da parte do Senhor, a consolação de saber que o seu marido agora estava com Ele. E a sua resposta foi esta: “Sei lá onde é que ele está.....!”.
Dificilmente conseguimos manter a conversa a seguir: tivemos uma vontade enorme de desaparecer logo para podermos chorar, em outro lugar, a falta de convicções ..... de pessoas que diziam ter abraçado a fé evangélica.
Ainda não vivíamos na época das igrejas «grandes», intituladas carismáticas, que, regra geral, não incluem na sua lista de convicções doutrinárias a certeza que o crente pode e deve possuir da sua salvação eterna, a partir do momento em que se arrepende dos seus pecados e aceita Jesus como Salvador e Senhor....
Agora, em retrospectiva, parece-me que, mesmo assim, a nossa igreja tinha estado a «crescer», em parte, com base em pessoas que não compreenderam verdadeiramente a doutrina da salvação. Depois ela não pôde continuar neste processo de «crescimento», porque outros vieram, com aparência de maiores milagres, para pregar a mensagem truncada de «salvação» sem segurança.
Outra senhora recém baptizada, quando a conheci pela primeira vez, apresentou-se como «uma alma salva pelo Pt. X....» Não me atrevi a dizer o óbvio... que teria sido melhor ela ter sido salva por Jesus. Visitámo-la várias vezes, mas para ela igreja sem Pt. X. não era igreja.....
É preciso, obviamente, ter algum cuidado com aquilo que digo aqui. Não estou a afirmar que o meu antecessor, sendo baptista e de convicções doutrinárias conservadoras, tenha pregado a tal doutrina truncada (que depois outras igrejas adoptaram por método). Também não creio que o seu esforço notável na evangelização tenha sido em vão. Pelo menos duas pessoas convertidas nessa altura tornaram-se depois membros dedicados da igreja com uma acção evangelística muito significativa... (apesar de uma delas posteriormente ter sido aliciada para se afastar da igreja). E acredito que haverá muito mais «fruto» genuíno do trabalho do meu colega que se verá no dia do Senhor.
Nem estou a dizer que o nosso trabalho evangelístico tenha sido melhor. Somos bastante menos dotados nessa área e a nossa atenção principal teve que ir para outras áreas. E também terminámos por baptizar algumas pessoas que, posteriormente, vimos que não tinham compreendido bem o significado desse passo..
A minha queixa é mais acerca da maneira como costumamos falar no crescimento numérico da igreja, contabilizando baptismos, e medindo o valor do nosso trabalho desta maneira. Pelo menos deve ser uma preocupação séria, cada vez que ajudamos uma pessoa a dar este passo,... que tenha compreendido bem Quem é o seu Salvador e qual é a salvação que Ele oferece.
31 agosto 2009
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2 comentários:
O que o Irmão conta é razão de muita preocupação para todos os que têm alguma responsabilidade da edificação de crentes. Não há dúvida que os líderes das igrejas t~em de insisitr, insistir, insisitr ( o orar, orar, orar )para que os fundamentos da Fé e os Textos da Palavra de deus se enraizem indelevelmente nas consciências e cada crente esteja preparado para dar «razão da Esperança» que há em nós ! Julgamos também que nunca é demais levar os novos crentes a obter a segurança daquilo em que crêem, nos Textos da Bíblia e nas Promessas do Senhor. Vemos, por exemplo, nos programas evangélicos "Luz das Nações" os entrevistados não terem o cuidado de avançar o suporte das suas afirmações e convicções com Textos das Escrituras ainda que tendo a Bíblia aberta nas mãos! Um abraço fraterno.
O que o Irmão conta é razão de muita preocupação para todos os que têm alguma responsabilidade da edificação de crentes. Não há dúvida que os líderes das igrejas t~em de insisitr, insistir, insisitr ( o orar, orar, orar )para que os fundamentos da Fé e os Textos da Palavra de deus se enraizem indelevelmente nas consciências e cada crente esteja preparado para dar «razão da Esperança» que há em nós ! Julgamos também que nunca é demais levar os novos crentes a obter a segurança daquilo em que crêem, nos Textos da Bíblia e nas Promessas do Senhor. Vemos, por exemplo, nos programas evangélicos "Luz das Nações" os entrevistados não terem o cuidado de avançar o suporte das suas afirmações e convicções com Textos das Escrituras ainda que tendo a Bíblia aberta nas mãos! Um abraço fraterno.
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