26 novembro 2009

A Bíblia no centro da pregação - 4 a 7/12



Este é o foco do retiro. Para isso, serão apresentados os seguintes temas:
- A Grande Ideia do sermão expositivo [M.G.]
- O texto no seu contexto histórico - e a sua relação com Cristo [M.G.]
- Princípios hermenêuticos [M.G.]
- Introdução, ilustrações e aplicação [A.P.]

Mas não é só teoria! Vai haver oportunidade de:
- ouvir sermões expositivos pelo Alan e pelo Matt
- preparar e pregar um sermão expositivo

Não é só para pastores ou pregadores profissionais!! É para qualquer pessoa que ama a Palavra e quer ser fiel a Deus.

25 novembro 2009

Expor a Bíblia - Retiro no Canto da Rola










4 a 7 de Dezembro

Alan Pallister
professor no Seminário Baptista e pastor

Matthew George
professor no Instituto Bíblico e assessor do GBU

Desde a Reforma que os protestantes defendem a primazia da Bíblia - em relação à fé, à vida, e a toda a compreensão da religião e do mundo.
Mas como é que a nossa perspectiva sobre a Bíblia afecta a pregação? Naturalmente, todas as pregações são baseadas na Palavra - mas não seria ainda melhor se a Palavra não só fosse referida nas pregações, mas também orientasse a escolha e a preparação dos temas e até da forma como eles são tratados?
A pregação expositiva baseia-se nesta preocupação: se Deus se revela na Bíblia, então o próprio formato - em livros, estilos e épocas diferentes - devia também orientar os sermões. Além disso, há uma grande preocupação em compreender toda a Bíblia através de Jesus - a própria Palavra.

Então, nestes dias vamos explorar as razões e as estratégias deste método de pregação, tendo também oportunidade de preparar e apresentar um sermão - para aprendermos na prática.

Não é só para pastores ou pregadores profissionais!! É para qualquer pessoa que ama a Palavra e quer ser fiel a Deus.


Horário
O retiro começa com uma sessão introdutória às 21h30 de 6ª, mas antes disso convidamos a estarem no culto na igreja Baptista de Caldas da Rainha às 19h30 onde poderão ouvir um sermão expositivo pelo Pt. Alan Pallister.
Acabaremos na 2ª ao fim da tarde, com a oportunidade de os participantes apresentarem um sermão expositivo e receberem feed-back.
(É possível a participação apenas numa parte, e o valor da inscrição será acertado em função disso.)

Livros de apoio
Estamos a fazer os possíveis para ter à venda um livro essencial de apoio: A Pregação Expositiva de Haddon Robinson. Sugerimos que os participantes tragam dinheiro a contar com isso.
(Se não conseguirmos ter o livro à venda, disponibilizaremos excertos fotocopiados.)

Custos
Ficará em €36 por pessoa com dormida, jantar ligeiro e o pequeno almoço.
Em alternativa, será €18 para a participação, incluindo os jantares ligeiros.
Os almoços não estão incluídos neste valor, mas serão num restaurante próximo com muito bons preços.

Dormida
Temos alguns lugares disponíveis, caso queiram passar a noite no Canto da Rola para disfrutarem melhor deste evento, e também de um sítio calmo e bonito.
A estadia tem que ser marcada por e-mail (longobedience@gmail.com) ou telefone (933617265 / 911039717).

24 novembro 2009

ACERCA DOS «EMERGENTES» E DE «UM PONTAPÉ NO CÃO»....

Não existe só uma escola de emergentes. Mark Driscoll distingue quatro:
(1) os mais liberais (ou revisionistas) que seguem Brian McLaren e que pretendem reinterpretar a esperança cristã em termos de uma visão para esta sociedade e esta vida.
(2) Depois há os que são evangélicos, num sentido lato do termo, mas que querem explicar a mensagem em linguagem mais relevante, apropriada para uma época pós-moderna.
(3) Depois há os que não querem mudar nada a nível das doutrinas particulares ou denominacionais, mas que querem usar estilos de culto e formas externas mais apropriadas para a geração mais jovem (a «X» e tudo o que veio depois!).
(4) Finalmente há os reformados, ainda calvinistas na sua teologia, mas que querem formular a sua doutrina específica em linguagem e estilos de culto relevantes para a nossa geração. Mark Driscoll (que ainda não tive tempo para apreciar bem) é destes últimos.

Se alguma vez aceitasse classificar-me como «emergente» (com os meus 59 anos, estou em desvantagem!), creio que seria nesta última escola que me colocaria.

A primeira escola emergente está em crise teológica séria. Numa entrevista que se pode ouvir no You-Tube (“Museum of Idolatry”, www.youtube.com/watch?v=8soufsX2fbk), McLaren afirma que, de acordo com o ensino tradicional sobre o inferno, Deus exige dos crentes aquilo que Ele próprio não é capaz de fazer. Em última análise não é diferente dos reis deste mundo, porque eles fazem valer a sua posição pela violência e pela coerção. Na visão tradicional, Deus efectivamente faz o mesmo: faz prevalecer o Seu Reino pela força.

Mas dos crentes exige mais do que isso. Exige que perdoem incondicionalmente, amando os seus inimigos até ao fim.

Citando um outro teólogo, cujo nome não revela, McLaren diz que Deus não pede a um homem crente que, para perdoar a sua mulher, dê primeiro um pontapé no cão, descarregando assim a sua ira. Mas a visão tradicional parece estar a dizer que, Deus, para nos perdoar, tem que dar um pontapé em Outro, no nosso lugar!

Quando faz afirmações chocantes, McLaren tem o hábito de se esconder atrás de personagens fictícias - ou outros teólogos que não nomeia. Também costuma dizer que está a aprender e a evoluir – nada do que diz representa uma posição final sobre um assunto. Mas, se cita outros, torna-se evidente que é porque ele próprio neste momento quer tomar posição. E é neste termos desrespeitosos, para não dizer blasfemos, que fica posta em causa a doutrina (que não é só a tradicional, mas a bíblica – ver, entre muitos mais textos, 1 Pedro 2:24) da morte expiatória de Cristo, o nosso substituto!

18 novembro 2009

«EMERGENTES» DIVERGENTES: UM PROBLEMA TEOLÓGICO SÉRIO

Em Outubro de 2008 sugeri neste blog que os «emergentes» do cristianismo eram elementos incómodos no nosso meio, mas que nos desafiavam a ser mais relevantes na aplicação da verdade da Bíblia. Comparei-os com John Howard Yoder, no século vinte, e Frederick William Robertson no século XIX. Mal sabia na altura que já estava a «fervilhar», especialmente nos Estados Unidos, uma polémica entre os «emergentes» e os seus críticos, que atinge mesmo o cerne da nossa mensagem. Tem a ver com as doutrinas bíblicas do castigo eterno dos que morrem sem conhecer Jesus e com a expiação de Cristo, o nosso substituto.
Não cito nestas postagens nada que não venha directamente da boca (palestras no You-Tube) ou dos escritos de Brian McLaren (extractos dos seus livros), o mais conhecido e mais citado dos «emergentes».
Um aluno meu, que leu o blog e comentou favoravelmente na altura, admira bastante a visão «emergente» da igreja. Foi a primeira pessoa (sem incluir a minha esposa!) com quem partilhei as minhas descobertas acerca da doutrina de McLaren. Como os materiais que citei estão todos em inglês, ele disse-me que também não conhecia estes aspectos.
No seu livro «The Last Word and the Word after That» (!), publicado em 2005, apresenta uma série de conversas fictícias entre o pastor - da Igreja Comunitária de Potomac, e a sua filha, em que ela manifesta o seu incómodo pelo facto de os seus amigos que não conhecem Cristo, se morrerem, irem sofrer eternamente no Inferno. O pastor tenta sossegá-la explicando que, além desta posição tradicional exclusivista, existe também o inclusivismo – a posição que admite a possibilidade de pessoas serem salvas através de Cristo, com base apenas na luz que receberam (sem necessariamente aceitarem explicitamente Cristo como Salvador). A filha primeiro reage positivamente, mas depois queixa-se de que isto não abre a possibilidade de salvação para muitas mais pessoas.
A seguir o pai diz que há crentes que são condicionalistas – que acreditam que o inferno pode ser um castigo limitado no tempo, de acordo com os merecimentos da pessoa. Mesmo aqui, o sossego que isto parece trazer à mente da filha dura pouco: acha que foi um desperdício Deus criar tantas pessoas com a finalidade de as destruir permanentemente.
A seguir a filha descobre o universalismo – a ideia de que todos serão salvos – hipótese esta que seu pai, pelo menos abertamente, nunca admitiria. O pai consola-se a pensar que, mesmo que a sua filha seja universalista, pode ser crente. Mas depois pensa que, mesmo sendo crente, ela não poderá ser membro da Igreja Comunitária de Potomac, que ele pastoreia. As suas próprias dúvidas (as do pai) são secretas – mas sabe que, se for honesto, a sua própria posição está em causa também.

Sobre o tema esta conversa o texto bíblico pronuncia-se claramente. João 3:36, na linha de muitas outras passagens do NT, diz: «Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece».

Para a semana, retomo este assunto, interrompendo mais uma vez os meus «Retalhos da Vida de um Pastor».

10 novembro 2009

QUANDO O PASSADO AMARRA......

Estamos em 1992. Os jovens realizam um pequeno acampamento para unir e dinamizar os jovens da igreja. Querem cobrar pouco aos participantes e não conseguem cobrir por inteiro os custos do acampamento. O pastor, que os aconselhara a cobrarem um pouco mais, agora tem que apelar à liderança da igreja para que, numa atitude de misericórdia, esta entre com o valor necessário para cobrir a dívida. Um PDP? (Ver postagem anterior). Sem dúvida!

O que acontece dentro de pouco tempo? O assunto é levado à assembleia da igreja e um membro da liderança diz que a igreja não pode e não deve pagar a dívida. Ao ser votada, a sua posição ganha por maioria. Ainda é PDP? É – porque a nível particular alguns membros da igreja podem cobrir a dívida, e os jovens podem ser ajudados a fazerem uma administração melhor da próxima vez.

Mas..... alguém que trabalha muito com os jovens não concorda com a decisão. Segue-se uma «greve» aos cultos e à Escola Dominical durante um período de algumas semanas. São eles que querem a «greve» - ou é a pessoa que os acompanha de perto?

Aqui já temos um PD que não é «P»!

E, sem entrar em pormenores, vem a transparecer que há um PDNR que vêm do passado, já bastante distante.

Há várias razões que podem transformar qualquer PD em PDNR. Uma é quando a pessoa não assume a sua culpa e recusa submeter-se à disciplina (ver postagem anterior). Outra é quando assume de uma forma aparente, mas no seu íntimo acha que não devia estar a ser disciplinada. Outra é quando o pastor foge a questões de disciplina, sabendo que são difíceis de resolver (caso comum!). Outra é quando a igreja não consegue pôr-se de acordo e os mecanismos do sistema democrático levam a um impasse (caso comum também!). Ainda há outra possibilidade (muito menos comum): a igreja em cujas mãos está o processo de disciplina deixa de existir.

Os PDNR do passado podem agravar as situações do presente de tal maneira que, se ao tentarmos a resolução destas não os detectamos, não percebemos o ambiente de guerra que existe à nossa volta e não conseguimos fazer nada para o acalmar. As duas partes, afectadas directamente pelos seus PDNRs, ficam acesas com uma paixão descontrolada – e que não parece ter nada a ver com os problemas concretos do momento.

E isto é porque os mais imediatamente envolvidos estão na realidade a viver mais o seu PDNR do passado do que o PDP do presente!

No caso, um dos lados tinha sofrido disciplina da igreja anos antes, mas agora justificava aquilo que tinha feito e que, na altura, tinha sido motivo da disciplina. Nós sabíamos dessa situação. O outro (e isto não sabíamos ainda) tinha sido objecto de disciplina numa igreja que, a seguir, deixou de existir.

Os ânimos exaltam-se e ninguém consegue fazer nada para os apaziguar. Considera-se que o pastor deve conseguir. Mas não consegue. E é uma ironia curiosa que, ao constatarem que o pastor não consegue, ambas as partes - que estão em conflito uma com a outra - põem-se de acordo num ponto só. O pastor deve ser despedido! E, quando tentam e não conseguem (uma parte da história que não vou contar aqui), põem-se de acordo em sair da igreja, levando muitos outros com eles....